26 de dez. de 2010

Pílula do Dia Seguinte: uma questão de urgência

A procura de anticonceptivos de emergência em postos de saúde e farmácias nas segundas-feiras é um forte indicativo de que a população não está se prevenindo ou não domina os métodos contraceptivos.

A pílula do dia seguinte, que se popularizou no final na década de 90, tem sido uma alternativa muito utilizada entre os jovens. Entretanto, pesquisadores das Universidades Federais de SP, SC, GO e RN, através de uma consulta realizada com 588 estudantes, notaram o pequeno conhecimento deste método nesta faixa etária.

Os resultados apontaram:
  • 96% dos consultados já tinham ouvido falar sobre anticoncepção de emergência;
  • 19% sabiam para quais situações ele é indicado;
  • 35% consideravam o método abortivo;
  • 81% achavam que traz riscos à saúde;
  • 40,7% sabiam que a anticoncepção de emergência deveria ser usada até 72 horas do intercurso sexual desprotegido;
  • 48% dos entrevistados achavam que a mulher tinha de 24 a 48 horas para usá-la;
  • Das 182 meninas que afirmaram conhecer o método, 41,8% referiram já ter feito uso;
  • Dos 143 meninos que também responderam ter conhecimento sobre o assunto, 22,4% relataram que a parceira tinha usado;
  • 5,3% das meninas adquiriram o medicamento por meio de prescrição médica;
  • Dentre os adolescentes que nunca utilizaram o método, 47,1% das meninas declararam que usariam e 35,9% relataram que não sabem se utilizariam;
  • Entre os homens, 48,7% aconselhariam sua parceira a usar anticoncepção de emergência se fosse necessário, 34,4% não aconselhariam o uso e 16,9% não sabem se aconselhariam;
  • 30% dos jovens participantes da pesquisa estavam correndo risco de gravidez não planejada e/ou aquisição de doenças sexualmente transmissíveis nestes intercursos desprotegidos;
  • Dentre os principais motivos do não uso do método, do não aconselhamento e de não saber se usariam ou aconselhariam, os jovens relataram a falta de informação, os possíveis efeitos colaterais, as complicações para a mulher e para o feto no caso de gravidez e a percepção sobre a pílula ser abortiva.

Desta forma, podemos constatar que a grande maioria dos entrevistados não domina as indicações, o uso correto e as possíveis reações adversas.

A pílula anticoncepcional de emergência é um recurso importante para evitar uma gravidez indesejada. Seu uso deve ser reservado para situações excepcionais, e não deve ser usada em substituição a outros métodos anticoncepcionais. É indicada nas situações de falha de outros métodos (rompimento da camisinha, esquecimento de tomar pílulas ou injetáveis, deslocamento do diafragma ou do DIU, uso incorreto dos métodos comportamentais), de violência sexual ou de relação sexual sem uso de método anticoncepcional.

É indicado tomar até 72 horas após a relação sexual desprotegida. Entretanto, sua eficácia é maior quanto mais precoce for o seu uso. E como em todos os outros métodos contraceptivos, ela não é 100% segura! Podem ser notadas algumas reações adversas: dor de cabeça, irritabilidade, sensibilidade nos seios, alteração na ovulação e no ciclo menstrual, náuseas, vômitos, diarréia e outras.

Apesar de ser exigida uma prescrição médica para aquisição deste anticoncepcional, podemos notar a facilidade na sua compra. Então, é preciso um maior controle das dispensações com o cumprimento da lei e um maior comprometimento com a saúde pública.

Vale lembrar também que a pílula de emergência é distribuída pelo Ministério da Saúde aos municípios que possuem população igual ou superior a 50.000 habitantes.

Dentre várias formas de se evitar uma gravidez, a camisinha, quando usada de forma correta, ainda é o método mais seguro e indicado, pois também impede o contágio de doenças sexualmente transmissíveis (DST). 

Autor: João Emanuel 

 

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